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Que climão

Vamos falar um pouco de um turismo sustentável, que é um turismo mais justo com o planeta? Se você acabou de voltar de viagem, anote as dicas para a próxima.

Você já deve ter visto a última dos Alpes Suíços: um dos cenários mais frios da Terra tem sido tomado por cactos e, em 50 anos, perdeu 5,5% da cobertura de neve, segundo a Nature. Mas a gente não precisa ir tão longe para ver que o planeta está esquentando, pois as sensações extremas de calor e frio são cada vez mais comuns por aqui, assim como os eventos extremos –  só por curiosidade, os dez anos mais quentes da história foram de 2010 para cá.

A própria Organização das Nações Unidas (ONU) avisou neste mês que o nível do mar está aumentando tanto que países inteiros podem desaparecerPesquisadores do Havaí e da Coreia do Sul chegaram a estimar que, em 2150, os oceanos terão subido 1,5 metro, muito disso em decorrência do derretimento das geleiras.

E o que a gente faz com essa avalanche? Acordos sérios para mudar padrões de consumo, produção de energia limpa e preservação dos recursos naturais. Na prática, esse é o modo de preparo de uma boa agenda climática, mas você já imagina os conflitos de interesse que podem resultar disso, e um exemplo vem da própria escolha do país sede da COP28.

Marcada para o fim de novembro, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas será nos Emirados Árabes, um dos maiores membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Mas o problema não para aí: o encontro vai ser presidido pelo sultão Ahmed al-Jaber, que é diretor-executivo (CEO) de uma petroleira. A-ham, é isso mesmo. Por mais que o líder já tenha se engajado em várias ações em prol da energia limpa, convenhamos que essa conta não fecha.

Ativistas defendem que ele ao menos se afaste da empresa enquanto estiver à frente da conferência, mas o CEO contra-argumentou que não há conflito de interesse e ainda vendeu o próprio peixe em tom conciliador. “O mundo precisa de hidrocarbonetos e necessitará deles para fazer a ponte do atual sistema de energia para o novo”, disse ele durante uma turnê global para divulgar o evento.

É nessa queda de braço sutil que as coisas tentam ganhar um contorno minimamente justo. Na COP27, que teve 25% mais representantes do setor petroleiro que a edição anterior, foram feitos avanços históricos, mas ainda foi pouco para o que o mundo precisa. Reduzir o avanço da temperatura global para 1,5 °C, meus amores, não é moleza.

Segundo a definição da Organização Mundial do Turismo (OMT), o turismo sustentável trata-se de uma prática que “considera seus impactos econômicos, sociais e ambientais atuais e futuros, atendendo às necessidades dos visitantes, da indústria, do meio ambiente e das comunidades locais”.

Na prática, isso significa olhar para os momentos de lazer de forma crítica e questionar o que podemos fazer para que nossa presença gere mais efeitos positivos do que negativos. Isso nos leva diretamente para a parada de número dois: quais efeitos o turismo pode gerar em uma comunidade?

Várias cidades têm o turismo como mecanismo central da economia. Isso inclui uma série de fatores, como a produção e a distribuição de alimentos, os setores de hospedagem, transporte público, além, é claro, dos pontos turísticos. O aumento da movimentação pode acarretar diversos problemas para a comunidade, como mais carros na rua, mais lixo, maior consumo de água e até mesmo aumento no custo de vida, o que faz que muitos moradores precisem migrar para outros espaços.

No entanto, é importante comentar também as coisas boas que o turismo pode levar para um espaço. Vamos falar um pouco sobre turismo rural? Aproveitar as férias e visitar destinos menos movimentados, como as áreas rurais, por exemplo, oportuniza uma experiência única, com contato com as comidas e as tradições locais. Para a comunidade, é um momento de impulso da economia e preservação da cultura e do meio ambiente. Todo mundo sai ganhando.

Gostou da ideia de apostar no agroturismo? Se liga nestas sugestões de lugares para visitar nestas férias (ou nas próximas).

Anote estas dicas para praticar um turismo sustentável:

Reduza o uso de plástico: estar fora de casa não precisa significar descuido com o uso e o descarte de materiais recicláveis, hein? Aposte em itens mais duradouros, como bolsas de tecido em vez de sacolas e garrafas de água reutilizáveis como substitutas para as de plástico.

Impulsione a economia local: sempre que possível, escolha valorizar os produtos da própria comunidade para garantir que seu dinheiro esteja chegando aos produtores locais. Você ajuda a valorizar a cultura e, de quebra, recebe uma experiência mais próxima do dia a dia do local.

Dê preferência para destinos amigos do meio ambiente: visitar unidades de conservação que têm como objetivo a preservação da fauna e da flora rende memórias de viagem muito legais. Além disso, a arrecadação de dinheiro das entradas ajuda a garantir que esses espaços continuem recebendo investimentos para manter os esforços de preservação.

Não alimente os animais: pode parecer óbvio, mas essa prática cria muitos desafios para o meio ambiente, como a possibilidade de propagação de doenças. No longo prazo, esse costume em animais selvagens pode até gerar certa dependência do ser humano, impossibilitando que eles sobrevivam por conta própria. Outra dica importante que pode entrar aqui também é: não consuma “carnes exóticas”, porque isso contribui para a extinção de espécies e o desequilíbrio do habitat.

Diminua sua emissão de carbono quando possível: aproveite a viagem para utilizar mais transporte público ou bicicleta. Outra opção é fazer alguns trajetos a pé, aproveitando a vista e dando aquela ajudinha no meio ambiente.

Se você acabou de voltar da sua viagem de férias, anote tudo ou volte aqui quando precisar se preparar para uma nova viagem!

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